sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Sobre fronteiras II

Então, talvez essas fronteiras que separam povos, etnias, culturas, línguas e países sejam as mais lembradas. As fronteiras geográficas e, muitas vezes, físicas, são talvez o conceito mais substancial do que é realmente uma fronteira. Mas, e aquelas que nao separam algo físico exatamente? Aquelas que nao estao nos mapas, mas no nosso cotidiano? Aquelas que nao separam povos diferentes, mas pessoas que formam o mesmo povo? Ideologias, falsas verdades, pré-conceitos. Aquilo que, por mais que nao cause guerras nucleares, mata as pessoas aos poucos. Machuca, e é capaz de transformar coisas boas em coisas nem tao boas assim. Em outras palavras, seja sexual, racial, social, ou aquele mesmo que vc tem ao conhecer alguem (um pouco) diferente de ti, o preconceito é a criação de fronteiras próprias que, inultimente, separam quem as cria da oportunidade de enriquecer o seu próprio mundo, a partir da experiencia com o outro. Pessoas sao tao diferentes quanto iguais. E, quanto mais isso for usado ao nosso favor, melhor para nós mesmos e para o meio que nos cerca. Se "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é", pq nao compartilhamos o que vivemos cotidianamente? E se ainda assim, somos diferentes, aquilo que nos forma,ou seja, atomos, moleculas, material genético, proteinas e outras substancias,  se distingue em menos de 1% de um individuo pro outro. Nesse sentido, se uma máquina é composta dos mesmos parafusos, nos mesmos encaixes e na mesma sintonia que outra, pq colocá-las em níveis distintos? Sim, eu tambem acho que o ser humano nao é uma máquina. É muito mais. E por isso mesmo é capaz de ser maior do que as linhas, rios, muralhas, placas, muros, cercas, racismos e fobias que nos separam. Basta que antes de fronteiras, haja uma virtude pouco presente, mas bem necessaria: a tolerancia.



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