sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Passageira(o)

A vida é curta. Todos ja ouvimos falar, mas no fundo, ninguem acredita. Apenas quando a morte chega em alguem proximo ou quase próximo que essa frase ressoa como se nunca tivesse saido de dentro de nos. O mundo parece parar e entre todas as expressoes que podem vir a nossa mente, a que me tomou no dia de hoje nao foi apenas a expressao, mas a música: "vida louca vida". Isso porque, no meio da torturante rotina, nos feriados, finais de semana, ferias, churrascos e pequenas preocupaçoes, a gente simplesmente esquece que tudo isso é apenas uma parte do todo que nos trouxe aqui. Esquecemos o que verdadeiramente importa, esquecemos que é só uma chance para amar, pra fazer amigos, pra ser feliz. É só essa vida e pode parecer curta, mas é suficiente para fazer tudo o que temos que fazer. E quando alguem a "perde", a gente lembra que vai perder tambem. E parece que tudo passa a ser olhado de uma outra forma, com o sentimento de, MEUDEUS, alguns minutos ele estava ali, agora nao está mais. E eu? Eu ainda tenho alguns minutos, será que nao vale a pena fazer valer o que eles realmente merecem?
Mas logo depois nos esquecemos e voltamos a nossas vidas pacatas. A nos preocupar com o que nao é digno de preocupação. A nos importar com gente que nao merece atenção. Isso tudo porque nossa memória é curta. Talvez seja uma forma de defesa contra a tenebrosa sensação de morrer, mas, ainda sim, pensar no fim, pode trazer a nobre sensação de usar o presente como o próprio nome diz.  

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Horas vazias

Sabe aquelas horas em que voce nao sabe mais no que pensar?Ou aquelas em que tantos pensamentos rodeiam a mente que é quase o mesmo que nao pensar? Aquelas horas que voce sente um conflito interno entre mente, coração. Virtudes e vicios. Sentido, razao e todas as possiveis dicotomias ja exploradas e explicadas por tantas filosofos. Pois é. Estou nessas horas. Aliás, sao tantas horas que poderia dizer que estou assim há dias. Efeitos das aulas de filosofia? Tambem. As circunstancias, entretanto, ajudam. Momentos de crise foram os que mais geraram grandes descobertas e invençoes na humanidade. Foi sempre assim.Pode procurar, só pra citar um exemplo, a própria internet surgiu em um periodo de guerra. Ok,nao, nao inventei nada. Apenas tento me reinventar, na espera angustiada de que tudo isso passe. E que eu passe. Afinal, se nada parece ir bem, o otimismo nao se mostra como fuga, mas como solução...

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

"I'd bury my dreams underground"

E como todo dia, ela levanta, vai ao banheiro, se olha no espelho, joga água no rosto e tenta afastar de si a sensação de estar em outro mundo, afinal, ela estava em outro mundo. Ela estava sonhando. E todo dia é assim, é o que chamam de rotina. Levanta, se arruma, sai, finge fugir dos seus proprios pensamentos. Mas nao tem outro jeito, ela se alimenta de sonhos. Ou de ilusoes? Qual a diferença? Nao, nao é retorica, porque eu nao sei. Deve ser a famosa linha tênue que, enquanto separa o amor e o odio, separa tambem os sonhos das ilusoes. Se ambos nao sao reais, como saber exatamente qual a possibilidade de se realizarem caso essa seja a diferença? Subconsciente, um é outro nao, nem sempre. Sao conscientes, mas contraditoriamente, sao passionais. Ambos misturam impulso e lógica.Mente e coração. Levam a loucura se exagerados, mas a descrença se em doses poucas. Nao se explicam, ou se explicam, nao sei. Mas sao inevitaveis, por isso, preocupe-se se vc nao os tem:ou sonhos ou ilusoes, ou ambos. E preocupe-se se os tem demais, só os loucos possuem essa honra. Vivemos no limite do que queremos ser e do que somos. E sonhos podem ser o que queremos, ilusoes o que somos, vice-versa ou nenhum dos dois. Se pensarmos no equilibrio, poderemos nos iludir e sonhar a vontade. O mundo sofre da sindrome da carencia de sonhadores e iludidos. Sofre...
Enquanto isso, ela continua se alimentando de ilusoes. Cria um mundo particular no qual só ela tem acesso e la, seus sonhos se perdem na esperança de um dia saírem. Na esperança de se tornarem reais. E ela. Ela se perdeu, achando que eles sao reais. Ou, talvez, quem tenha se perdido somos nós, achando que eles nao existem. Doce ilusao.
 "A arte evoca o mistério sem o qual o mundo não existiria", René Magritte.