sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Inversão de papéis

Eu poderia ser indiferente, mas não nego que cada foto e pseudo "despedida" dos meus futuros colegas de turma das suas respectivas cidades natais me tocam de alguma forma. Nem os conheço (ainda), mas os status "tchau cidade, oi rio" são especiais para mim. Talvez porque seja a primeira vez que eu não faço parte da autoria dessas frases. Que a visitante, estrangeira, diferente, "do outro lugar" ja não é um título que me pertence. E, estranhamente, isso me comove. Não é inveja, nem saudade. Estou bem feliz de, pela primeira vez, repito, ser a anfitriã (não que eu seja uma carioca autentica, maaaaas....). "Estar em casa" é sempre bom, mas não tem como passar despercebido tanta gente fazendo o caminho que voce ja fez algumas vezes e não lembrar como foi. Claro, o contexto é diferente. Tudo pela faculdade e mais ainda pela medicina. São mais velhos, vem sozinhos, a vida muda. Mas os amigos deixados, os novos inesperados, o lugar desconhecido, a casa sem aconchego, o medo do novo.  É tudo misturado. O desejo de seguir em frente é imenso, mas o de recuar insiste em permanecer.Queria dizer a eles que tudo vai dar certo. Se não der, a gente arruma um jeito. Sempre há soluções e boas pessoas em todos os lugares.
No mais, é arrumar as malas, abrir o coração e acalmar a mente.
Boa viagem, ou melhor, bom recomeço na cidade maravilhosa:)
Ah...e ja ia me esquecendo: SEJAM BEM-VINDOS!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Não se entende

Amor não se entende, se sente.
Tente.
Passe horas, dias, noites e madrugadas pensando nele. No que ele disse, o que fez e no que não fez.
Imagine o beijo que (não) aconteceu, o abraço que (não) foi dado, o carinho que (não) foi retribuído.
Relembre o coração disparado, o olhar mais profundo, a vergonha repentina.
Reflita sobre o que fazer, o que falar e sobre o próprio ato de pensar...
Mas no fim, as horas, os dias, as noites e as madrugadas foram em vão...
Não há como chegar a nenhuma conclusão. Você pode ate tentar fazer o que pensou, mas na hora...ah! na hora, tudo faz menos sentido e o impulso fala mais alto.
Isso tudo sem saber se é amor, carinho, carência ou paixão.
Só não é indiferença....
É sempre assim, eu já não sei mais a linha tênue que separa cada um desses sentimentos, só da indiferença.
É complexo, confuso, simples e interessante.
Viciante. Neurótico. Leve.Suave.
Assusta e acalma.
Não segue roteiros, não tem caminho.
Vai, acontece e se não acontecer. Vira realidade dentro da gente.
Até nos darmos conta de que não vive.Sobrevive.
A partir daí, começa a vontade de faze-lo sumir....
E você tenta se convencer de que foi bom enquanto (não) durou....
Boa noite.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Chá da tarde

"A beleza da vida esta na simplicidade das coisas". Todo mundo já ouviu algo parecido ou com o mesmo sentido. E as coisas simples são exemplificadas geralmente como uma boa conversa, família reunida, chuva, sol, grama, musica....qlqr coisa que não dê muito trabalho. Quando eu era criança pensava...claro que não! viajar pra Europa, ganhar um loja de brinquedos, comer todo o chocolate do mundo, isso sim é felicidade. conversar e reunir não tem graça. Mas aí você cresce ou amadurece, o que no caso é a mesma coisa, e depois de muito refletir percebe que, realmente, a vida se passa de uma forma diferente na conversa com pessoas especiais.

Sabe aqueles dias em que vc acha que tudo está planejado? Então, foi hoje. Tudo programado e nada fora disso. A não ser aquilo que a gente não conta como programação. Bom, resumindo pq já ta ficando muito confuso, hoje encontrei duas pessoas muito especiais. Um casal. Ela transmite doçura pelo olhar e pela voz. Até o jeito de andar é puro e meigo. Tem um coração tao grande e um jeito tao fofo que não há como discordar de qualquer coisa que diz. Ele, com vários anos já vividos, parece querer transmitir ensinamentos, até mesmo quando não é essa a intenção. Sorri muito, mesmo não tento muitos motivos pra isso. E tem a mulher como alicerce, força, base. É perceptível. Juntos, formam um casal que ta em extinção. Respeito, carinho, admiração, preocupação e muito amor são visíveis. Amor que chega aos convidados. A comida simples, mas deliciosa. O papo cotidiano, mas prazeroso. E a gargalhada boba, mas deliciosa. Eu ainda não sei se o relógio para ou se anda mais rápido quando a gente está la. Só sei que as horas não importam muito. São nesses momentos que a gente descobre que não precisa de muito pra ser feliz. Ao sair, ela pegou na minha mão e com aqueles olhos azuis que já devem ter visto muito de tudo, disse que me via como médica. Que eu ajudaria muitas pessoas, as faria felizes mas que, principalmente, era pra eu ser feliz. Disse que o médico se doa muito, mas que era pra eu me doar em partes, e não tudo, parte era minha. E que é muito bom sentar num consultório em frente a alguém que está interessado em te ouvir falar. Eu respondi que esquecer de mim mesma era recorrente e que procuraria seguir seus conselhos. Nunca me esquecerei dos olhos expressivos dizendo pra eu ser FELIZ. Não, ela não é vidente ou qualquer similar. É sim uma senhora que me conhece desde que nasci, torce por mim, reza, mas a gente nunca sabe quando vai se ver de novo. O tipo de gente (se é que há exemplares o suficiente pra dizer que formam um "tipo") que exala bondade. E ter o carinho de pessoas assim é o que faz valer a pena andar kilômetros de distância para buscar seu primo no aeroporto, encontra-lá e voltar os mesmos kilômetros com a sensação de saber um pouco mais sobre a vida a partir de quem já a conhece o bastante.