terça-feira, 23 de outubro de 2012

de ser o que é

A gente vive como se escondesse e fingisse esquecer todos os dias a nossa dor de estimação. Aquela que aperta o coração e se esvai em lágrimas, ao menor dos toques, quando tirada do seu refúgio. A gente se pergunta se ela passou quando estamos gargalhando ou se ela nunca vai partir quando estamos sós e ela aparece mais intensa. A dor nossa de todos os dias. A que vai, mas volta, ou a que nunca deixou de ir. Ainda assim, eu não acredito no poeta que disse que felicidade é um espaço entre duas tristezas. Por que não a tristeza não é um espaço entre duas felicidades? É a forma com que encaramos a vida que muda a própria. É procurar e organizar o que está por dentro para que a reflexão seja involuntária do lado de fora. Seja natural. Natural no sentido de natureza. Origem, princípio, meio, berço, identificação. Por que ser feliz deveria ser pré requisito pra viver, afinal, viver é pré-requisito pra ser feliz. E a dor que insiste em aparecer deve ser apenas pra que a gente valorize aquilo que ainda é presente, embora não venha com um laço. Que nossos próprios paradoxos sejam desfeitos e assim, lágrima e sorriso não sejam opostos, apenas elementos de uma mesma face que vive. Que se emociona e sabe que importante mesmo, é o que carregamos conosco. Que as lágrimas sejam válvula de escape para tudo que parece insuportável, ou não. Pode ser para as besteiras que adquirem outro tamanho em certos contextos. Mas que sejam passageiras. Que duradouras sejam aquelas de emoção e alegria. Porque tudo que é muito intenso, acaba em lágrimas. Que tenhamos momentos intensos, mas apenas alguns. Variações abruptas de emoção constatemente não fazem bem ao nosso coração. Cuide bem do seu coração. Rotina faz bem. Quebrá-la, igualmente. E a dor...que ela mude. De motivo, de intensidade, de duração. Deixe sua lição e vá. Volte trazendo coisas novas e vá. E que ela sempre vá....

domingo, 21 de outubro de 2012

...

"Quero, um dia, dizer às pessoas que nada foi em vão...Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas, que a vida é bela sim e que eu sempre dei o melhor de mim...e que valeu a pena." 

Mário Quintana

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

sobre a vida.

"Não lembro exatamente do dia, mas foi algo por volta do final de um ano do segundo milênio - mais precisamente em 2007, mas sempre gostei das décadas, séculos e milênios, faz tudo parecer grandioso, ao passo que o anos são tão pequenos -.

Nesse tal dia, uma tal amiga me chamou para gravar um tal vídeo, para uma outra tal amiga. Eu como tal que sou, não fui, por tais motivos que hoje já nem me lembro e creio fazer força para não recordar.

Sei que desde dentão, nunca pude olhar novamente, nem falar, nem dar oi mesmo que no mundo virtual pra esse alguém por quem eu já havia cultivado um amor e carinho tão certo.

Torci sozinho, e vibrei com ela - ou seja, você - quando vi aquele anuncio de que finalmente estudaria aquilo a que havia dedicado tanto tempo e sempre falou com grande entusiasmo.

Dessa vez, faltaram-me palavras de felicidades, já eram tantas que as minhas só se perderiam ali entre elas e em nada seriam o pedido de desculpas que ainda me assombrava por não ter me despedido como deveria.

Desde então só tristeza, estava certo que jamais teria forças pra mandar um recado que fosse explicando a situação monstruosa que eu criara para a minha condição.

Pensei em cartas, mas toda sem endereço, em flores sem embrulho, pensei em presentes sem graça.
Pensei e pensei, ao passo que imaginação me sobrava, faltava coragem pra dizer um oi que fosse.

...

Mas hoje, depois de uma bobagem que escrevi, uma dessas coisas que se diz sem porquê. Ela - ou você - por algum motivo leu, e acabou por escolher a tecla que me daria o que eu precisava pra me explicar aos últimos anos a minha ausência.

Foi assim que escrevi, o que aqui se vê.
Me desculpe por não ido te ver naquele dia.
Sinto saudades de vc.
Felicidades.

De um antigo amigo louco."

As pessoas sempre valem a pena.