domingo, 23 de março de 2014

de(stino)veria ser

 Andava despretensiosamente pelas ruas cheias de arvores quase verão. Dava um passo por vez e olhava pra frente, ouvia os carros, os pássaros e se ouvia. Pensava nela mesma e em como era bom estar ali, só ela e com ela

Ele, do outro lado da calçada, andava na mesma rua. Prestava mais atenção nela e em como ela andava, em como olhava o seu redor e nem percebia sua presença do outro lado.

Passou um carro, dois, três. E parou. Resolveu atravessar. Não para segui-la, mas pra ficar mais perto.

Ela percebeu. Olhou pra trás e despretensiosamente era só o que queria parecer. No fundo, buscava outros olhos para os quais prestaria mais atenção.

O Sol resolveu se por para aquarelar o céu. E eles pararam. Ela olhou pra trás. Ele pra frente. E por algum motivo ou por nenhum deles, perceberam o que já devia ser.

Mas nada é tão mágico assim. E voltaram a andar, um pouco mais perto, mas andaram.
E como devia ser, as mãos trombaram e se entrelaçaram.
Os pensamentos sintonizaram.
Os olhares cruzaram.
E o beijou expressou o que já devia ser. Há muito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário