domingo, 6 de maio de 2012

um caminho com volta

E em meio a correria do dia a dia, vc ouve, ao fundo, uma nota musical soando. Para pra ler um livro ou assistir ao filme que passa, tímido, na lcd da vitrine ao lado. E aí, percebe que, após esses pequenos minutos dispensados à arte, voce volta a rotina um pouco diferente do que estava antes. Nao? Sim sim. Basta ver um filme, ir a um show ou a uma peça de teatro. Basta pintar, escrever poesia ou dançar. Nao interessa como, o que importa é que quando vc doa algum momento da vida a qualquer forma de arte, ela te retribui com uma sensação única de sair daquilo que é comum e rotineiro e depois, permite que tu voltes.
Alguns chamam de catarse essa sensação de mergulho psicológico e envolvimento sentimental com retorno pro que é real. Mas, é mais simples que isso, é quando, em meio a tanta gente correndo e preocupada com a próxima reuniao de trabalho, voce pára pra ler um livro, e quando acaba a leitura, parece que demora um certo tempo pra nossa mente voltar a sintonia daquele mesmo momento antes de começar o livro.
A arte é uma das melhores maneiras de fugir de si mesmo e dos outros. Tudo porque ela permite o retorno. Ainda acho incrivel a capacidade da música de fazer o compasso do nosso coração mudar. Do teatro que nos faz ter outro ponto de vista das coisas. Da dança, que contagia so por assisti-la e praticá-la é tao tangivel a qualquer um.
É como se fosse uma amostra do que é a loucura, mas nunca se perdendo dentro dela mesma.
Talvez falte um pouco mais de arte verdadeira. Nao aquela patrocinada e contaminada por tantos interesses. Mas aquela que se faz de verdade, despreocupada com o que vai parecer e quanto vai ganhar, mas sim dedicada a transmitir o que se passa dentro de cada um. A continuar demonstrando angulos diferentes daquilo que chamamos de vida.
Sorte nossa que, ainda assim, a pseudo forma de loucura continua senso alcancável, afinal, ela vem de nós.

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