domingo, 2 de junho de 2013

Vida louca vida breve

Eu tenho uma parte que me é estranha.
Uma parte minha que eu não decidi ainda se eu que nao reconheço ou se é a única que eu conheço.
Uma parte que de vez em quando, resolve gritar mais que todas as outras.
Como se fosse calada diariamente, como se fosse estranha.
Como se fosse tão minha.
Uma parte de arte. De inspiração. De loucura. De vontade de viver de outro jeito.
Aquela parte que tem uma tentação muito grande de comprar um trailler e seguir sem roteiro.
De fazer um mochilão sem destino e conhecer os inóspitos do mundo.
De admirar cada pessoa maluca que eu encontro nesse mundo.
Essa espécie que se demora um pouco a reconhecer, mas se tem a certeza qd se vê. Essa que diz eu te amo sem preceitos, que pula quando da vontade, que grita se precisar, que dança sem perceber, que sorri de graça, que vive pagando micos. Para fazer o alheio feliz. Para ser feliz, como roteiro.
Gosto do tipo de gente que vive assim, como se as regras não fossem pesos. Que vive careta sem breguice. Que vive brega sem caretices. Que não sabe o que é preocupação, apenas, ocupação.
Gosto do tipo de arte que entrega, que sente, que olha de um jeito diferente e faz a vida ficar colorida.
Gosto de teatro. Gosto de teatralizar o que a gente vive. De fazer da peça  o momento cotidiano que ninguém percebe. Como diria o poeta, teatro nao é uma mentira da vida. É a verdade do momento. Gosto de verdades. Não de meias mentiras.
No teatro, a gente vive a realidade da mentira de todo o dia.
E expõe o que é nosso, mais íntimo. Íntimo só pq a gente esconde, pq no fundo, todo mundo é igual.Só finge que é normal.
Só.
Gosto do tipo estranho.
De gente estranha.


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