quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Nao leia. Não é fofo. Bjs.

No início, você acha fácil. Pega aqui sua personalidade, seus valores, seus sonhos e objetivos e vai. Nada vai te parar. Você, coitada, acha que vai.
Mas te dizer, que não é bem assim.
O mundo, ja dizia e sempre disse meu pai, é injusto, filha. E eu insisto em procurar justiça. Mas é em vão. As pessoas, seja no fundo ou no raso, vivem dentro do seu proprio egoísmo e do seu proprio interesse e por ali ficam. Qualquer coisa ou qualquer um que ouse abalar esse estado de prioridade do eu, será atingido. Seja por palavras sutis com intenções disfarçadas, seja com atitudes sinceras de agressividade, seja com frases de efeito que,por algum momento, você até pode se deixar levar. Mas só por um momento.
Nesses discursos inúmeros que veem o raso, esconde se o maior dos problemas: a hipocrisia.
A corda, pro lado mais fraco, sempre. O outro, na bolha intocável de muito ar e pouca agua. E lá se vai mais uma vez nossa fé na humanidade. Cada um por si e ninguém por ninguém. Que imbecis somos todos: qualquer lógica física, matemática, antropológica, religiosa, astronômica, astrológica (qual quer uma) mostra o quanto o conjunto é melhor que a parte. O todo funciona sempre, melhor que seu componente. Mas a gente insiste se botar antes. E "que se dane os outros".

Eu, sinceramente, tenho muita dificuldade de discutir o raso, se o problema é mais profundo. E desisto. Algumas pessoas tem o dom de, na superficie, lidar com o que parece óbvio pra mergulhar depois no que realmente atinge. Mas eu não. Se todo mundo fala do tapete e nao da poeira que ta embaixo, eu nao consigo falar de mais nada.
Pra mim, não há a copa da árvore se nao houver raiz.

Que descrenca nas pessoas. No que elas parecem e no que elas são. No interesse disfarcado de bondade. Na ironia disfarçada de gentileza. No egoísmo disfarcado de competencia.
Que vergonha em quem olha pros outros sem olhar pra si mesmo. Em quem se ocupa dos problemas alheios sem perceber que, na verdade, sao seus.
Que raiva por quem sofre o que nao tem culpa. Ou foi julgado com a ação que nunca foi sua.

Eu olho pra cima e, sinceramente, entendo os políticos que temos. A gente merece ca da um deles. Com todas as suas podridoes, corrupcoes e desvios de caráter (desvio nao ne, pq vamo combinar que ninguem desvia, cada um escolhe muito bem o caminho que quer pegar).
Como povo, somos o mesmo que eles. Somos o povo do jeitinho, de se dar bem, de sair melhor, de passar na frente. Somos a galera do "vai que da", do "so mais esse ne", do "ninguem ta vendo", do "o mundo é dos espertos".
Somos o país do Carnaval. Quem me dera fossemos só alegria desenfreada e fantasia purpurinada. Somos carnaval o ano inteiro pela balbúrdia de fingirmos o que não somos: corretos.

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