segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

último dia

"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial...."
Carlos Drummond de Andrade.


E se você pensar bem, é uma das melhores "invenções" mesmo, porque a gente se adequou de tal forma que, o tempo é o mesmo, mas o último dia do ano seguido pelo primeiro do próximo é diferente. Ainda que sejamos os mesmos, estejamos no mesmo lugar de sempre, tudo é igual, a não ser a reflexão que insiste em ser feita sobre o ano que passou. Ignorá-la é perder a chance de reaver tudo de bom que Deus nos proporciona e tudo de errado que fizemos, e só assim, a gente pode melhorar. É clichê. No fundo, a gente deveria fazer um ano novo sempre que resolvemos abandonar nosso velho lado e transformarmos num novo. A gente deveria comemorar a cada melhora, e sim, deve haver melhora ao longo do mesmo ano. Mas hoje é o último dia do ano e, por mais que continuemos os mesmos, que nada mude, fatiar o tempo em anos, fez-se renovar nossas energias a cada ano que passa. Ainda que seja ilusão da nossa própria forma de adaptação, funciona. Se funciona, que continue assim. A gente passa 365 dias e mais 365, 365, outros 365 e no início de cada um deles, a sensação é que nos foi dada uma nova página para continuar nossa escrita. A gente faz planos em anos, a gente marca as melhores histórias por anos, a gente cresce ao longo de anos. E, por tudo isso, que hoje, o último dia do ano, me bate uma certa nostalgia com um tom de esperança.
O meu ano de 2012, e aqui eu lhe peço permissão para falar sobre o meu, foi sensacional. E se eu disser "o primeiro ano de faculdade", você entenderia parte de tamanho apego. Ele começou com as melhores emoções que eu já pude sentir na minha vida. Realizar um sonho é algo que todos deveriam dispor de todas as suas energias para fazer, pelo menos, uma vez na vida. Eu, particularmente, acho que a gente deve viver sonhando e tentando realiza-los, mas se você acha que tudo isso é conto de fada, tente pelo menos UM. Tente para valer, e só assim, você saberá que sonhos foram feitos para deixarem de ser. E, então, virarem realidade. E a faculdade vem com muito mais do que se pode esperar. É conhecer as pessoas mais diferentes possíveis, sejam aquelas que te irritam, como aquelas que você nao vai mais viver sem. Ela vem como um grande susto de quem cresceu e sua assinatura é pra valer. O que você diz, faz e pensa é o que você é, e te taxarão por isso. Bem vindos, você cresceu e ninguém vai te ensinar a viver aqui, você vai descobrir sozinho. Falando assim, parece ruim, mas é só as vezes, nas outras tantas, o gosto de liberdade e de personalidade é bem doce. E você agora é quem você quer ser. Por inteiro, com o que é bom e ruim por isso.
Assim, algo sempre me diz que é impossível ser feliz sem Deus. E é mesmo. Nenhuma alegria é tao repleta se não for Nele. E como eu nao gosto de viver de meio termo, resolvi me engajar um pouco mais na Igreja. Há muito trabalho a fazer, principalmente nesse ano de Jornada, mas nesse rápido crescimento, pude testemunhar fé. E eu preciso disso. Fé de gente nem tão velha, fé de gente mais velha. E aí, ainda que não pareça fazer sentido, pude perceber que Ele me quer ali. E eu não posso negar. Se esse ano foi um dos melhores da minha vida, a culpa toda é Dele e levará mil anos para agradecer (ainda bem que Ele tem paciência;) ). Por agora, começo como resolução tentando ser mais próxima. Eu mesma, pq Ele eu sei que tá sempre comigo;)
E 2012 passou, com todas as suas dificuldades, todos os seus encontros e desencontros, com tudo aquilo que deixou de aprendizado. Passou como quem passa como uma onda que ora você vai por baixo onde está tudo tranquilo e calmo, e ora por cima, que te ameaça cair, pode até te levar, mas logo a gente finca os dois pés no chão novamente para continuar admirando o mar.
2012 vai com a certeza de que nenhum outro ano vai ser igual a ele. Nem melhor, nem pior, mas não vai ser igual. Vai deixando saudades, pq a gente tem saudades daquilo que foi bom. Mas foi.  E fica-se a esperança e o desejo de fazer tão bom quanto ou melhor em 2013. Que venha a nova fatia das nossas vidas, uma nova volta ao Sol, novos 365 dias esperando nossa energia mais empolgada, nossa ousadia e coragem de errar algumas vezes e aprender, nossa vontade de viver e de fazer de cada momento de nossa vida, um mais especial que o outro. Se me resta um desejo e um pedido, ao mesmo tempo, eu o faço. Desejo amor. Mais amor, por favor. Não to falando de casal, de sms de madrugada, de flores na porta. To falando daquilo que nos é essência. Daquilo que nos faz viver. Mais amor na família, nos amigos, nos casais tb, e principalmente, com quem a gente esbarra por aí. Amor que se traduz em respeito. Amor que traz paz ao coração e calma a alma. Amor que traz saúde. Amor que traz esperança. Amor que traz vida. Amor que traz alegria e porque nao, dinheiro tb? Afinal, quando a gente faz com amor e por amor....Enfim. No fundo, basta olhar um pouco melhor que o que é bom, vem dessa palavrinha de quatro letras. FELIZ AMOR PRA VOCÊ! FELIZ TODO DIA! FELIZ ANO NOVO! 2013, a gente te aguarda como quem espera um desconhecido que fizeram a gente buscar na estação, mas que a gente sabe que tem tudo para ser um dos nossos melhores amigos;) VEEEEEEEEEM!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

só uma

Engraçado mesmo é como tudo se desenrola a nossa frente. Como num passe de mágica, tudo acontece ou deixa de acontecer. E se a gente não acreditar, passa despercebido. Se a gente estiver de olhos fechados, não é visto. E se estivermos de coração fechado, nao acontece. Tem dias que tudo parece ir por agua abaixo, nossos planos, vontades, esperanças. Tem dias que começam bem e terminam bem mal e outros que começam bem e não poderiam ter um final melhor. Tem dias que nada de novo aparentam apresentar e se mostram os mais inesquecíveis. E tem dias que tudo isso acontece ao mesmo tempo. E basta olhar bem os motivos e meios, só há uma forma de haver tantas variações: as pessoas. Elas estão por tras de tudo. De cada tristeza, alegria, fim e recomeço, transformação e acomodação. São capazes das coisas mais magníficas e das atitudes mais aversivas. São nossos relacionamentos mais profundos e superficiais que nos transformam e nos fazem enxergar com outros olhos o que é bom ou ruim. Cada interação provoca uma alteração no próprio cérebro, física, e a partir daí, surge o valor. Surge a magia ou não, daquilo que não se explica. E, por mais que as vezes eu tenha nojo da espécie humana(me incluindo nela, claro), outras tantas vezes eu tenho um orgulho tremendo das atitudes mais divinas que as pessoas praticam. Dos sentimentos mais belos que surgem entre elas e, por mais que a gente saiba que exista, precisamos de doses cavalares ou homeopáticas(dependendo de cada um) de exemplos concretos de que as coisas funcionam acima de toda sujeira, politicagem, interesse, dinheiro, egoísmo e falsidade. De que dá certo viver como a gente achava ser quando criança, quando ainda  existia algum tipo de pureza e fé. Fé nos corações, que são feitos da mesma carne, mas apresentam uma capacidade única de se cicatrizarem ou se fecharem em feridas abertas e assim, endurecerem, mudarem. É preciso procurar o equilíbrio, de que nem tudo é ta perdido, mas há muito o que fazer. O meio termo daquilo que nos tranquiliza e do que nos incomoda. De se preservar mas se atirar tb, dando um passo naquilo que voce acha que vale a pena. Arriscando. A grande maioria das nossas certezas, surgem depois delas terem sido dúvidas. E de uma chance. De uma chance surgem tropeços. A gente aprende. De uma chance, surgem amizades, e a gente ama. De uma chance, surgem histórias, e a gente conta. De uma chance, sempre surge.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

pílulas

A gente vive em busca daquilo que nos faz feliz, do que nos faz bem, do que a gente acha que faz bem, do que alivia nossas dores e nos faz sorrir nem que seja por um instante. A gente vive em busca. E nao venha me dizer a grande receita de viver, porque cada um carrega em si uma vontade única de encontrar sozinho sua própria forma de ser feliz. Nao venha com sua fórmula, com o seu jeito, duvido que seja o mesmo que o meu e, mesmo que eu chegue ao mesmo destino, eu quero andar até lá com as minhas próprias pernas. Pode até me apoiar quando for dificil, mas nao me empurre. Eu preciso descobrir aos poucos e marcar cada passo da caminhada. É tipo o final de um filme, sabe? Irritante é aquele que conta durante o filme o seu final, só "pq ja viu". E daí? Você só conseguiu tirar a graça daquilo que era interessante e ser o chato da sala. Obrigada por nao incluir nada além de um filme a menos para me emocionar. Seja bom ou ruim. Não existe fórmula pra ser feliz. Não existe receita, manual de instrução. Perderia o sentido se assim fosse. Deus nos fez humanos. Se quisesse que a gente tivesse bula, teria nos feito remédios e cada um seria a cura para um mal. Mas não é assim...E o grande sentido pode ser esse: viver procurando, acertando, errando e jamais desistindo. E ainda assim, as pessoas na sua infinita igualdade, conseguem ser diferentes. E por serem diferentes, arranjam formas distintas de se sentirem bem. Alguns estão perdidos, claro. Outros ignoram o que os faz bem e seguem outros interesses, outros ainda nem sabem direito. Mas seja lá como for, com ajuda ou sem, cada arranja um jeito de acordar todos os dias de amanhã e viver dia após dia. E aí, no caso do filme, a gente as vezes até paga pra ver, mas no caso da vida, mesmo que contem, a gente nao acredita até que cheguemos lá sozinhos.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Sobre estar acordado

Um medo?
Desistir de sonhar.
Medo é um dos nossos sentimentos mais primitivos. Todo animal tem e é um tipo de proteção. A gente tem medo daquilo que nos ameaça, daquilo que poe em risco nossa comodidade, nossa paz, nossa integridade, nossa vida. A gente precisa ter medo, caso contrário, nos jogaríamos na vida sem medidas e acabaríamos com ela logo logo. Mas como tudo precisa ser medido, muito medo paralisa. E é acabar com a vida do mesmo jeito, pq arriscar é um dos sobrenomes dela, e afinal, os extremos são bem mais próximos que as pontas que eles metaforizam. Assim, eles existem para serem superados, mas sempre haverá um outro a espreita. Não há vida sem medo, mas não há medo sem vida. E eu descobri que um dos meus maiores medos é desistir de sonhar.
Enquanto ele for um medo, sinal de que eu ainda nao desisti. Mas quando ele deixar de ser...
Parece bobo, mas é perigoso. É a explicação para muita das coisas que acontecem no mundo, a falta de sonhos talvez seja a grande doença da humanidade. Falar nisso, hoje eu vi, num muro pichado, a seguinte frase: "Vejo humanos, mas não vejo humanidade". É a falta de sonhos, de esperança, sabe? A gente cai tantas vezes, recebe tantos tapas na cara e tem tantas dores na alma que acaba endurecendo. Endurecendo mesmo. Como um muro em volta do seu próprio coração, uma porta de metal e um portão de ferro, e não são mais sete chaves, é uma senha que voce mesmo esquece. Nessa busca pela própria proteção. Por não se machucar mais, a gente se fecha e passa a desacreditar no que, quando éramos crianças, parecia tão óbvio. Alguns chamam de amadurecimento, afinal, tem que ser assim, a sociedade impoe, o mundo não pará e pobre de você, ingênuo, que acredita em sonhos. Puff. Eles são apenas ilusão da nossa cabeça de uma época em que não havia preocupações, em que o mundo era cor de rosa só pq mentiam pra gente. MENTIRA. Mentira é isso que contam depois que a gente cresce. Mentira é essa história de que sonhos nao existem. Claro que existem o problema é que nascem para ser realizados e, portanto, deixam de ser sonhos e isso tudo é difícil, precisa da paciência de um tempo que nem sempre está sob nosso controle. Mentira que amadurecer é endurecer. Amadurecer é encarar a vida de frente, aprendendo com cada tombo e ainda assim, nao desistir de andar, sem vergonha do que você é e do que quer. Daquilo que você almeja por mais alto e impossível que pareça, reconhecendo que a busca por um coração nobre como o das crianças é a grande chave de quem é realmente feliz. É sim ficar mais forte com todas as quedas, e, concomitantemente, manter o coração aberto. Por que quem se fecha perde. Para de doer, mas para de se alegrar tb. Perde o sentido, sabe? Parece sim, correr contra a correnteza. Afinal, dói, e a gente desenvolve mecanismos de proteção desde os primórdios da espécie e esse é um deles. Além disso, quem tantas vezes tenta a mesma tecla, acaba desistindo. Afinal, para que insistir no que não pode ser mudado? Mas e se a vez que vc desistiu fosse a única necessária para que desse certo? Não são precisos muitos anos para perceber que viver inclui sofrimentos e alegrias, a vista mais superficial. E é assim, sempre vai ser. A gente fica mais forte com um e comemora no outro. Se a cada sofrimento, nossa proteção for se fechar a todos os outros, que estejamos conscientes de que as coisas boas não ultrapassam tantos muros, portas e portões. E se paramos de sonhar, paramos de acreditar, paramos, principalmente, de mudar. E o mundo anda precisando de mudanças. De sonhos. De ingênuos, pobres coitados, iludidos que não deixaram o tempo transformar seus corações em bombas de metal batendo no peito.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

desses

"É fácil amar o outro na mesa de bar, quando o papo é leve, o riso é farto, e o chope é gelado.
É fácil amar o outro nas férias de verão, no churrasco de domingo, nas festas agendadas no calendário do de vez em quando.
Difícil é amar quando o outro desaba. E paralisa. E se vitimiza. Quando o seu pedido de ajuda, verbalizado ou não, exige que a gente saia do nosso egoísmo, do nosso sossego, da noss
a rigidez, do nosso faz-de-conta, para caminhar humanamente ao seu encontro.
Mas esse talvez seja, sim, o tempo em que o outro mais precisa se sentir amado. Eu não acredito na existência de botões, alavancas, recursos afins, que façam as dores mais abissais desaparecerem, nos tempos mais devastadores, por pura mágica. Mas eu acredito na fé, na vontade essencial de transformação, no gesto aliado à vontade, e, especialmente, no amor que recebemos, nas temporadas difíceis, de quem não desiste da gente."

domingo, 18 de novembro de 2012

aonde

Em que momento que a gente deixou todas as coisas chegarem a esse ponto? Aonde foi mesmo que tudo perdeu o encanto? 
Por que as soluções nao me parecem resolvidas e os problemas não me parecem tão óbvios? 
Por que o errado e o certo tão subjetivos resolveram ser oposto entre a gente?
Aonde foi que tudo fez sentido?
E aonde foi que a gente se esqueceu de si mesmo e do outro, para buscar algo que nem sabemos o que é direito?
Em que tempo continua valendo a pena? No passado, presente ou futuro?


domingo, 4 de novembro de 2012

Tão lindo e tão simples

E é simples. Basta dar uma chance, basta se dar uma chance que a mudança acontece de dentro pra fora. É a história mais antiga do mundo....a do Amor de Deus por cada um de nós. E eu não falo de crenças, falo de amor. Tão grande que não arromba corações, apenas respeita os que não permitiram, ainda, sua presença. Ainda porque me parece falta de conhecimento apenas, não dar a oportunidade para o que é bom e necessário. Completa e complementa tudo o que falta. Cada buraco nosso que insiste doer todos os dias, fica completo por algo sem muita explicação. É inexplicável. O "fazer sentido" parece clichê até que as coisas passam a nao fazer mais e aí, você entende o que querem dizer quando tudo voltou a ser visto com outros olhos. Quando viver passa a ter um sentido e as coisas tomam o rumo certo. Sentido, certo, parece subjetivo, talvez, abstrato, mas adquire outro contexto quando Deus age. É simples, é lindo, faz bem. É amor, é felicidade. A gente tá aqui pra ser feliz e ser feliz é ser amado e amar e amor é Deus. Fim. É simples, para que complicarmos o que é simples? O que nos deixa plenos e basta? Basta por ser. E se é, resiste.

sábado, 3 de novembro de 2012

parece simples

‎"Prazer faz muito bem. Dormir me deixa 0 km. Ler um bom livro faz-me sentir novo em folha. Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas depois rejuvenesço uns cinco anos. Viagens aéreas não me incham as pernas; incham-me o cérebro, volto cheio de idéias. Brigar me provoca arritmia cardíaca. Ver pessoas tendo acessos de estupidez me embrulha o estômago. Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano. E telejornais… os médicos deveriam proibir - como doem! Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo, faz muito bem! Você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada. Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde! E passar o resto do dia sem coragem para pedir desculpas, pior ainda! Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer, não há tomate ou mussarela que previna. Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau! Cinema é melhor pra saúde do que pipoca! Conversa é melhor do que piada. Exercício é melhor do que cirurgia. Humor é melhor do que rancor. Amigos são melhores do que gente influente. Economia é melhor do que dívida. Pergunta é melhor do que dúvida. Sonhar é melhor do que nada!" 
Luís Fernando Veríssimo.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

de ser o que é

A gente vive como se escondesse e fingisse esquecer todos os dias a nossa dor de estimação. Aquela que aperta o coração e se esvai em lágrimas, ao menor dos toques, quando tirada do seu refúgio. A gente se pergunta se ela passou quando estamos gargalhando ou se ela nunca vai partir quando estamos sós e ela aparece mais intensa. A dor nossa de todos os dias. A que vai, mas volta, ou a que nunca deixou de ir. Ainda assim, eu não acredito no poeta que disse que felicidade é um espaço entre duas tristezas. Por que não a tristeza não é um espaço entre duas felicidades? É a forma com que encaramos a vida que muda a própria. É procurar e organizar o que está por dentro para que a reflexão seja involuntária do lado de fora. Seja natural. Natural no sentido de natureza. Origem, princípio, meio, berço, identificação. Por que ser feliz deveria ser pré requisito pra viver, afinal, viver é pré-requisito pra ser feliz. E a dor que insiste em aparecer deve ser apenas pra que a gente valorize aquilo que ainda é presente, embora não venha com um laço. Que nossos próprios paradoxos sejam desfeitos e assim, lágrima e sorriso não sejam opostos, apenas elementos de uma mesma face que vive. Que se emociona e sabe que importante mesmo, é o que carregamos conosco. Que as lágrimas sejam válvula de escape para tudo que parece insuportável, ou não. Pode ser para as besteiras que adquirem outro tamanho em certos contextos. Mas que sejam passageiras. Que duradouras sejam aquelas de emoção e alegria. Porque tudo que é muito intenso, acaba em lágrimas. Que tenhamos momentos intensos, mas apenas alguns. Variações abruptas de emoção constatemente não fazem bem ao nosso coração. Cuide bem do seu coração. Rotina faz bem. Quebrá-la, igualmente. E a dor...que ela mude. De motivo, de intensidade, de duração. Deixe sua lição e vá. Volte trazendo coisas novas e vá. E que ela sempre vá....

domingo, 21 de outubro de 2012

...

"Quero, um dia, dizer às pessoas que nada foi em vão...Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas, que a vida é bela sim e que eu sempre dei o melhor de mim...e que valeu a pena." 

Mário Quintana

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

sobre a vida.

"Não lembro exatamente do dia, mas foi algo por volta do final de um ano do segundo milênio - mais precisamente em 2007, mas sempre gostei das décadas, séculos e milênios, faz tudo parecer grandioso, ao passo que o anos são tão pequenos -.

Nesse tal dia, uma tal amiga me chamou para gravar um tal vídeo, para uma outra tal amiga. Eu como tal que sou, não fui, por tais motivos que hoje já nem me lembro e creio fazer força para não recordar.

Sei que desde dentão, nunca pude olhar novamente, nem falar, nem dar oi mesmo que no mundo virtual pra esse alguém por quem eu já havia cultivado um amor e carinho tão certo.

Torci sozinho, e vibrei com ela - ou seja, você - quando vi aquele anuncio de que finalmente estudaria aquilo a que havia dedicado tanto tempo e sempre falou com grande entusiasmo.

Dessa vez, faltaram-me palavras de felicidades, já eram tantas que as minhas só se perderiam ali entre elas e em nada seriam o pedido de desculpas que ainda me assombrava por não ter me despedido como deveria.

Desde então só tristeza, estava certo que jamais teria forças pra mandar um recado que fosse explicando a situação monstruosa que eu criara para a minha condição.

Pensei em cartas, mas toda sem endereço, em flores sem embrulho, pensei em presentes sem graça.
Pensei e pensei, ao passo que imaginação me sobrava, faltava coragem pra dizer um oi que fosse.

...

Mas hoje, depois de uma bobagem que escrevi, uma dessas coisas que se diz sem porquê. Ela - ou você - por algum motivo leu, e acabou por escolher a tecla que me daria o que eu precisava pra me explicar aos últimos anos a minha ausência.

Foi assim que escrevi, o que aqui se vê.
Me desculpe por não ido te ver naquele dia.
Sinto saudades de vc.
Felicidades.

De um antigo amigo louco."

As pessoas sempre valem a pena.

domingo, 9 de setembro de 2012

Excetos meses

"E se tudo parasse de repente?" Quantas vezes a gente já não se perguntou isso, visando apenas um "tempo" na vida, na rotina, nos problemas.
Parece tão utópico que quando realmente para, a gente se ve perdido. O tempo livre é muito mais almejado do que realmente utilizado e a gente perdeu o costume de ter tempo. A gente perdeu o costume de olhar pro que é mais importante: nós e quem nos faz feliz. 
Deve ser por essas e por tantas outras que, depois de um tempo imprevisível e com final indefinido que se definiu como amanhã, estou com uma sensação esquisita. A vida seguiu por outros roteiros nos últimos tres meses e, agora, é como se eles fizessem parte da minha vida e são tão necessarios quanto quaisquer outros meses cheios de estudo e dedicação a um objetivo formulado. 
Deu tempo. Deu tempo de rever quem me fazia falta, de sair para não fazer nada, de não sair pra fazer nada, de dançar até anestesiar, de gritar até ficar rouca, de protestar até ser ouvida, de conversar sem compromisso e de ter papos filosóficos. Deu tempo de ser perder pela cidade e de se encontrar tb. De tocar violão até perder o tempo, de dormir até os ossos reclamarem. De ter dor de barriga de tanto chocolate e de ficar com tontura de tanto malhar.Deu tempo de rezar, de admirar e de questionar. Deu tempo de pensar....Deu tempo de pegar sol e de tomar banho na chuva. De brigar e de pedir desculpas. Deu até para viajar. Deu tempo de se emocionar, de se incomodar, de parabenizar. De entregar um presente e de receber presentes. Deu tempo de ler, de digitar e ouvir...Deu tempo de ver filmes e de cantar como se ninguem pudesse ouvir. Deu pra andar até cansar e ser esmagada numa fila quase sem respirar. Deu pra fazer a pose bonita pra foto e a feia tb. Deu tempo de abraçar e de beijar. Deu tempo de chorar de tanto rir e de sorrir no meio do choro. Deu tempo de te achar. É....deu tempo. Sobrou tempo. E o tempo sobrado logo deu um jeito de ser ele mesmo, passando com o rodar dos ponteiros, seguindo até aqui. Continua sendo o mesmo ponteiro no mesmo relógio, mas agora a gente volta a olhá-lo entre as aulas e não mais entre ele mesmo que, "poxa, nao passa...". Ou passa rápido demais.
E assim, entre tantas outras coisas, eu aprendi que todo mundo precisa de um espaço que sobre. De nada a fazer além de ver o tempo passar, de realizar aquilo que fica na lista vital que todo mundo tem em mente, incluindo a sua viagem a Índia e sua trilha pela floresta. Aquela lista que a gente vai descartando com o passar do proprio tempo pq, afinal, fazer um luau na praia é tão pouco adulto e tão muito utópico, né? A gente troca alguns sonhos por alguma concretude do dia a dia. E quando o relógio é livre, se esquece da lista. 
Mas voltando, aprendi que, o espaço sobrando é uma necessidade tanto quanto sua duração definida. Por que viver também inclui fazer. Os nossos sonhos não podem ficar todos no papel, eles se incluem naquilo que a gente constroi no cotidiano. E voltar a rotina me parece doce assim. Trazer consigo tantas coisas boas precisa se direcionar para algo produtivo, não pelo simples fim de produzir, mas sim de crescer, viver e conviver. Entre tudo o que parece chato as vezes, há a beleza daquilo que é essencia. 
Muita coisa aconteceu, o que me espanta por um lado. Mas só por um, pq pelo outro, espanto seria se a vida nao corresse no seu próprio rumo durante tres (excetos) meses. Se ela não mudasse,se ela não me mudasse.

sábado, 8 de setembro de 2012

Não é tão difícil assim, é?

E aí que a vida da um tapa na sua cara: chega, já ta na hora de tomar as próprias decisões, mocinha. Chama-se amadurecimento e se não acontecer com voce, ela te atropela. Te joga, deixando-te a margem daquilo que ela mesma representa. Responde! Não interessa se é certo ou errado, responda! Aja. Se você nao andar com as próprias pernas, há quem te empurre e te jogue no abismo.
Pegue aquilo que te trouxe até aqui. Seus valores, sua essencia, seus príncipios, sua história. Arremesse tudo a sua frente, a mesa a frente e decida. Encaixe, mude as combinações mas chegue a conclusão que sempre esteve dentro de você. A resposta de todas as perguntas mais importantes da nossa vida sempre estão conosco antes da gente se perguntar. Limpe seu coração, deixe-o livre para berrar, assim, quem sabe, você escutará o que ele tem a dizer com mais facilidade. Não se enlouqueça, que seus pensamentos sigam a órbita natural deles, não os coloque em um paradoxo inquestionável, afinal, já há resposta. Basta apenas coragem para coloca-la para fora. Internalize-se. Arrume e faxine o que está dentro de voce, e depois, olhe pela janela. Está na hora de colocar a cômoda em outro lugar, de tirar todas as gavetas do armário e limpar a poeira. É o tempo de jogar fora papeis velhos, lembranças mal resolvidas, sujeira do passado e a poeira cosmica do futuro. E que todo o lixo se dissipe em qualquer outro sistema que nao seja mais esse. Desinfete.  Passe perfume. Assim, nem cheiro mais restará. Limpe como se fosse receber a visita mais importante de todo a sua história. Voce mesmo. O hóspede e o anfitrião. Ambos merecem um lugar digno, ainda mais quando se tratam da mesma pessoa. E assim, quando tudo estiver brilhando, olhe pela janela.
O mundo ficou mais bonito, não? Ele tava embaçado, mas só pq o vidro estava sujo.....
Agora sim, tudo volta aos trilhos. Viver é simples, é só seguir a resposta que já está com você. Esqueça os outros, eles não saberão o que é ser feliz realmente. Mostre como funciona, quem sabe assim, a gente passe a encontrar menos sobreviventes e mais companhias de quem resolveu viver como você, plenamente.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

autor (des)conhecido

" Sem pedir licença, chegou e já ocupa um espaço enorme dentro de mim. Não sei mais se é só seu sorriso ingenuo que me encanta ou seus olhos doces que piscam como quem não quer perder qualquer visão importante. Se é sua mão que me aperta como quem deseja chegar mais perto ou seu beijo. O segundo que o antecede é quase tão esperado quanto o próprio e aí, a gente se perde por horas na mesma sintonia.
Se é só sua companhia e seu abraço aconchegante que já alivia tudo de ruim que pode acontecer ou se é seu jeito perdido ou incisivo de falar com um "quê" de quem conhece o mundo de um jeito particular. Não sei mais se é seu proprio desjeito que me faz rir ou a próxima besteira que você fala. Se é a pose de adulto com vários compromissos a cumprir ou a de filho que escuta com atenção a bronca dos pais. E que foda-se. Foda-se o que nos atrapalha, o que os incomoda e o que já passou antes da gente. Os outros, outras, o que insiste em ser presente. Que fique claro ao mundo inteiro, que o nosso presente é nosso e só nosso. E é ele que importa. Foda-se se é paixão ou amor ou qualquer outro tipo de sentimento e sensação inominável. O nome não importa. No momento, o que me interessa é você. Quanto ao resto, foda-se"

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Sem fricotes e frescuras

"Pessoas com vidas interessantes não têm fricote. Elas trocam de cidade. Sentem-se em casa em qualquer lugar. Investem em projetos sem garantia. Interessam-se por gente que é o oposto delas. Pedem demissão sem ter outro emprego em vista. Aceitam um convite para fazer o que nunca fizeram. Estão dispostas a mudar de cor preferida, de prato predileto. Começam do zero inúmeras vezes. Não se assustam com a passagem do tempo. Sobem no palco, tosam o cabelo, fazem loucuras por amor e compram passagens só de ida." Martha Medeiros 



segunda-feira, 3 de setembro de 2012

avulso

“E, sim, era verdade que eles não se conheciam muito bem, mas diante do pouco tempo que haviam estado juntos, ele havia descoberto o suficiente para saber que poderia amá-la para sempre.”
— (Nicholas Sparks)

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Estamos com fome de amor

Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "Digam o que disserem, o mal do século é a solidão". Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias.

Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas. E saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos.

Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance", incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?

Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçados, sabe, essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega.

Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção. Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós.

Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos Orkut, o número que comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra ser sozinho!".

Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.

Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa. Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega.

Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, "pague mico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta.

Mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois.

Quem disse que ser adulto é ser ranzinza? Um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: "vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida".

Antes idiota que infeliz!

Arnaldo Jabor.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Mais falado

Aí, aconteceu de novo. Aconteceu como se já tivesse mesmo que acontecer e como se fosse mais natural do que é pra cada um deles.
A tal história de comédia romântica, nem tanto comédia tampouco romântica. Ou deveria dizer que a comédia foi só pra disfarçar o romantismo que, de algum jeito, já existia? É, porque quando a gente sente, esquecem-se as regras da física, o racionalismo matemático, as teorias biológicas. Pode ser do nada, pode ter anos. Pode ocupar mais de um lugar no espaço ou pode não ter espaço. Pode dividir o que se quer juntar ou subtrair o que se quer aumentar. Pode involuir pela adaptação ou pode evoluir pelo (des)uso. Pode ser explicável ou pode, em vão, procurar-se a explicação. Pode ser e não ser ao mesmo tempo e todo e qualquer paradoxo antes sem sentido, assume seu destino.
Era só mais uma dessas histórias, em que ela, abre aos poucos o que guardou por tanto tempo. O coração. E ele, recebe, com confiança, aquilo que já tinha entregue a ela em tão pouco tempo. Sem perceber.
Não muda pra quem tá de fora, muda por dentro.
E, pra eles, não interessa se essa é mais uma dessas histórias que o mundo espera só o final. Nem toda história deixa de ser porque acaba e nem todo fim precisa de uma história.
Para eles, pra ele e pra ela, não importa se é uma história. Pode ser uma página do livro de cada um. O que interessa é que não tem como ser de outro jeito. Não se contesta, não se resiste. Se ilude achando que se deixou levar. Mas é só outra ilusão. Eles não tiveram escolha. Falam pouco do que sentem, talvez, não precisasse falar. Não foge dos padrões, e ainda assim, insistem em dizer que não sabem o que é. Talvez ninguém saiba mesmo. Não precisa saber.
Ela foi pra casa.
Ele saiu.
Amanhã, voltam a se falar porque saudade não precisa de tempo.
E não se pula as páginas de um livro. Ou dois.

Aquilo que não é

será que se a gente discutisse mais seria melhor?
será que se eu batesse o pé a gente se entenderia?
por algum acaso, se houvesse um pequeno confronto, a gente saberia o que o outro pensa?
E assim, seriam duas personalidades e não apenas uma. Seriam duas pessoas e não uma ideia abafada.
E assim a gente gastaria energia, o que nao importa tanto quanto os machucados e são eles que me amedrontam. Amedrontam a ponto de recuar, sabe. "Não vale a pena discutir". Será, céus, que não vale mesmo? As grandes ideias sempre entram em conflito para formar uma maior ainda e por que tanta falta de ousadia?
OUSADIA. Deve ser isso. Incomoda os outros, mas não acomoda a si mesmo. E acomodar-se, sim, é um defeito.
Até aonde vale ousar por um argumento, por um orgulho, por um fim ou deixar que fique por isso mesmo, e assim, encolher-se na sua própria personalidade? Até aonde? 
Até aonde vale remoer por dentro o que não é dito por fora?
Até aonde vale pensar nos outros e nao em si mesmo?
E assim, na inconstância daquilo que parece estável a gente segue achando aprender mais do que antes. Na doce ilusão de que a maturidade existe (e de que ela vem com o tempo). Pobre de nós.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Entre Namorar e Pedir um X-Burguer


"Quando eu achar um namorado minha vida vai ser mais feliz: discurso daquela com sérios problemas de autorrealização. Quando eu achar um namorado vou transar todo dia: discurso da ninfomaníaca iludida. Quando eu achar um namorado vou emagrecer três quilos e ficar linda para ele: literalmente, o discurso de quem  empurra com a barriga. O famoso “quando eu achar um namorado” nada mais é do que a fantasia de um sonho que todas as filhas de Afrodite tiveram, têm ou terão. O grande erro é sempre esse: o monstro da idealização.
Nem discutirei sobre o setor de “a procura do príncipe encantado”, todas nós, depois de muito custo, já descobrimos que ele não existe. Ainda assim, gerações e gerações esperam que em algum “reino tão, tão distante” lá estará ele, o homem dos sonhos, o pai dos filhos, o marido exemplar, o namorado à moda antiga ou seja lá qual for a nomeação mentirosa que você quiser dar. A verdade, minha querida, é que um dia, seja aos quinze, aos vinte ou aos vinte e cinco anos, você vai descobrir que esses são os dois dos grandes erros responsáveis por aquela velha frase de “eu não sou feliz”. O primeiro e mais corriqueiro é sonhar que um dia você encontrará ao acaso um ser do sexo oposto e lá estará a placa dizendo “Este é o seu príncipe encantado, agarre-o em três, dois, um.. já!”. O segundo é a idealização de supor que ao achar um namorado a felicidade vem de brinde. E não vem, é difícil acreditar, eu sei, mas não vem.
Quando você achar um namorado você vai ficar feliz, mas entre o ficar e o ser feliz, existe um longo caminho. Caminho no qual você terá que lembrar todo dia o que é cultivar um relacionamento. E isso pode parecer batido e antigo, mas é a pura verdade. Porque assistir filme toda sexta-feira cansa, transar na mesma posição enjoa, ver o outro com “roupa de ficar em casa” faz perder todo o encanto, dar beijo com bafo de acabei de acordar só é lindo no primeiro mês, ter que ir à festinha de aniversário da sobrinha dele em pleno sábado faz você sonhar com a balada. E aí, se não você não souber cultivar, se você não souber sair da rotina, se você não souber inovar, minha amiga, seu namoro estará fadado ao fracasso.
Você também precisará saber, antes mesmo de começar um namoro e de naufragá-lo com suas projeções de “namoro ideal” e expectativas frustradas, que estar junto com alguém não faz com que você se torne esse alguém, e  que a personalidade do outro não deve fugir das mãos da pessoa e se alojar em você. E que não se deve mudar por ninguém, nem por osmose, nem por amor. É muito bonito e romântico dizer que “agora somos um”. Mas não são, quando você estiver com diarréia, é você por você mesmo. Quando você se voltar para seus pensamentos e se perguntar se é mesmo com essa pessoa que você deseja estar até o fim da vida, é você com você mesmo. E quando você fizer aquelas coisas que todo mundo faz quando ninguém vê, é você, você mesmo e só. O outro não tem nada a ver com isso. E é bom que não tenha, porque é preciso cuidar da sua própria individualidade para que sua vida não saia do eixo. Porque antes de ser dois, era um. E mesmo acompanhados, em alguma hora, ainda estamos sós. E não há erro nenhum nisso.
Erro é se vestir com os sonhos de menininha do papai e achar que só porque existe uma aliança no dedo existe uma aliança de vida. Erro é deixar de dar risadas com as amigas porque agora você é séria e passeia domingo na praça de mãos dadas. Loucura é esquecer-se de si, e pensar sempre no agrado do outro em primeiro lugar. O amor não é se doar, nem se doer. Amor é muito mais que isso. Amor é tudo aquilo que eu ainda nem sei. Mas já dizia minha avó que toda união deveria ser feita dessas cinco coisas: amizade, admiração, paixão, tesão e amor. E não importa em qual ordem esses sentimentos aparecessem, o que não poderia nunca acabar, são os dois elos da ponta: a amizade e o amor. Concordo com ela. Mesmo porque, todas as vezes em que decidi sair sem guarda-chuva, e ela o mandou levar, choveu.
Com todos os argumentos socráticos que eu poderia ressaltar prefiro ficar com toda simplicidade que os ensinamentos dessa simpática senhora podem trazer e também com o óbvio, mas que parece estar tão esquecido em nossas mentes jovens, neuróticas e contraditórias: namoro, casamento, acasalamento ou relação casual, enfim, onde existe a relação mútua entre duas pessoas, deve haver cultivo, individualidade, amizade e amor. Deve haver, antes de tudo, a vontade de estar com o outro até em Marte se possível fosse. Deve se jogar fora todas as idealizações de namoro dos sonhos e entrar com os dois pés na realidade de um namoro de carne e osso, com todos os prós e contras que isso pode trazer. Caso contrário, é melhor comer um x-burguer. É melhor fazer qualquer outra coisa que não seja tentar viver com alguém. Se nossa própria companhia já nos entedia vez ou outra, é preciso coragem pra enfrentar o amargo e o doce que existe em toda união."
Marília Campos

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Tchau calourice

Tem noção?
É isso que eu me pergunto, especialmente hoje, diante do mesmo computador que me deu milhares de noticias sobre meu futuro, ouvindo a bateria da faculdade e vendo as milhares de pulicaçoes por um evento quase que tao esperado qto a propria faculdade. A CHOPPADA. Não é qlqr choppada, é a minha choppada, minha primeira choppada e portanto, a única na qual tem a palavra calouro atras da camiseta.
Daqui a algumas horas, é colocar a blusa, all star, short, documento, máquina e óbvio, a caneca. Entende-se balde nessa ultima, e aproveitar o que eu quero que seja um dos melhores momentos da minha nova vida universitaria:)
Nova...é bem relativo, pq tanta coisa acontece e a gente perde a noção do tempo e das coisas. Fazem seis meses, mas parece muito mais. Mas sao seis meses. E eles nao me fizeram esquecer tudooo o que aconteeceu pra chegar até aqui.
Por isso, se os senhores me permitem, eu vou enlouquecer(sem alcool, sim meu balde estará cheio de agua) daqui a pouco, por pura alegria de estar aonde estou, de conhecer quem eu conheci e de tudo o que ainda há por vir.
Espero que mais gente nao se esqueça tao rapido de qd um sonho ja á uma realidade, pq eu nao esqueci. E ta pra existir sensação melhor que essa:)
VCTP!!!!!!!! 2012.1 Choppada Medicina UFRJ. Foi bom ser caloura...:)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Relacionamentos

Sempre acho que namoro, casamento, romance, tem começo, meio e fim. Como tudo na vida.

Detesto quando escuto aquela conversa:
- Ah, terminei o namoro...
- Nossa, estavam juntos há tanto tempo...
- Cinco anos.... que pena... acabou...
- é... não deu certo...

Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.

Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
E não temos essa coisa completa.

Às vezes ela é fiel, mas é devagar na cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é muito bonita, mas não é sensível.
Tudo junto, não vamos encontrar.

Perceba qual o aspecto mais importante para você e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia.

E às vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
Acho que o beijo é importante... e se o beijo bate... se joga... se não bate... mais um Martini, por favor... e vá dar uma volta.

Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer.

Não brigue, não ligue, não dê pití. Se a pessoa tá com dúvidas, problema dela, cabe a você esperar... ou não.

Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto.

Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta. Nada de drama.
Que graça tem alguém do seu lado sob pressão?

O legal é alguém que está com você, só por você. E vice-versa. Não fique com alguém por pena. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós.

Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.

Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?

Gostar dói. Muitas vezes você vai sentir raiva, ciúmes, ódio, frustração... Faz parte. Você convive com outro ser, um outro mundo, um outro universo.

E nem sempre as coisas são como você gostaria que fosse... A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.

Se alguém vier com este papo, corra, afinal você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.

Na vida e no amor, não temos garantias.
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear.
E nem todo sexo bom é para descartar... ou se apaixonar... ou se culpar...

Enfim...quem disse que ser adulto é fácil ????
Arnaldo Jabour

quinta-feira, 14 de junho de 2012

aleatório

quando foi mesmo que a gente perdeu a sensibilidade?
o exato momento que falar deixou de ser importante e desabafar no mural das redes sociais passou a ser mais do que suficiente?
qual foi a hora marcada em que deixamos de ser menos gente pra sermos mais máquina?
pra sermos mais frios.
pra sermos mais únicos e menos todos.
eu nao sei o que ta acontecendo.
e, sinceramente, as explicaçoes antropológicas, políticas, geográficas e sociais nao me interessam no momento.
uma análise sobre o mundo é complexa demais para explicar o que é tao simples.
abrimos mao do real, buscando o virtual, buscando o lúdico, comovente, aparente.
esquecemos os olhares, os apertos de mao, os sorrisos amarelos, as bochechas vermelhas.
esquecemos como conversar naturalmente.
esquecemos de ser quem costumávamos ser.
e nada vai mudar, desde que aprendamos a conviver com a nova realidade. ou "realidade".
talvez seja esse o segredo, equilibrio entre o histórico do bate papo e o olhar do encontro.
entre o evento divulgado e a presença marcante.
entre a publicação que comove e a realidade que nao se permite esquecer.
talvez seja assim. um novo meio. um novo começo. uma nova maneira de continuar.

sao apenas devaneios.
boa noite.

.

terça-feira, 12 de junho de 2012

12 de junho

12 de junho. Dia dos namorados. Peço a permissao de copiar e colar um texto super apropriado para a ocasiao sobre isso. Quero deixá-lo guardado em algum lugar e assim, reler sempre, e sempre e sempre...assim, as minhas reflexoes sobre o tema podem ser mantidas em segredo. that´s it. feliz dia dos namorados casais fofinhos:) (sejam namorados, casados, noivos, amados, amantes, ou mesmo, separados pelo destino, nao importa. feliz dia para voces que insistem em dizer ao mundo que amar nao é la tao impossivel assim).




Sempre o amor...
Maria Clara Lucchetti BingemerTeóloga, professora e decana do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-RioAdital
Com a proximidade do Dia dos Namorados, é irresistível a tentação de falar sobre o amor. Tema tão eterno quanto desgastado; tão desafiante quanto banalizado; tão indispensável quanto tantas vezes sentido como supérfluo.
No entanto, o amor, mais que qualquer outra palavra ou conceito, sempre está de volta. E o que o faz tão fascinante e capaz de atrair nossa atenção é o fato de que sempre nos escapa. Não conseguimos circunscrevê-lo nem tampouco esgotá-lo, cerceá-lo em uma definição qualquer. E isso porque o amor é maior do que nós.
O amor não é algo que possamos produzir, provocar ou instituir. Acontece para além de nós, antes de nós, sem nosso concurso e mesmo apesar de nós. E tudo transforma: nossa maneira de ver o mundo, de perceber as coisas e as pessoas, de conhecer. De qualquer ângulo a partir do qual olhamos uma coisa ou um evento ou uma pessoa, estamos sempre no centro. Tudo é visto e percebido sob o meu ponto de vista.
No entanto, quando o amor acontece em nossa vida, o "eu” não está mais no centro. O centro é o outro, o bem amado ou bem amada. E o centro nunca mais serei eu, mas sempre ele, ou ela. Na verdade, o amor faz com que de repente nos percebamos no lugar de outro, sentindo com e por ele ou ela. É uma experiência que nos faz sentir-nos habitados por uma presença, como dizia Santo Agostinho, "mais íntima a mim do que eu mesmo”.
A tal ponto isto é verdade que, quando ama, o "eu”, ao querer estar consigo, tem que estar onde o outro bem amado está. Está totalmente descentrado. E neste momento não são apenas seus sentidos, ou sua razão que o ajudam. O "eu” se sente totalmente desamparado justamente porque percebe que nem os sentidos nem a razão o ajudam.
Pensar ou sentir sensorialmente não o ajudam mais nem lhe dão segurança sobre si mesmo. Ao invés, para sentir-se vivo, humano, pleno, o "eu” necessita não exercitar sua capacidade de pensar, mas sentir-se pensado por outro. E também querido, amado por outro. A partir do momento em que experimenta essa alteridade que o constitui como pessoa, percebe-se total e radicalmente modificado em sua percepção do mundo inteiro, de si mesmo e da vida em geral.
Até então autônomo (ou seja, dono de si mesmo), o "eu "passa a ser heterônomo (ou seja: perdido a si mesmo; regido e guiado e determinado pelo outro). É então que os parâmetros se rompem: o da igualdade, o da simetria. A lógica da troca, dos direitos e deveres está estilhaçada, pois o amor tem o poder de inaugurar outra lógica: a lógica da graça e da gratuidade. É, em suma, a lógica do dom.
É apenas quando entra nesta lógica que o ser humano aproxima-se do ponto a partir do qual poderá ser digno deste nome. Pois enquanto o que impera é a lógica da troca, do mérito, dos sentidos despertos, ainda não se entrou naquilo que traz o selo da originalidade e que faz a criatura humana imagem e semelhança do Criador.
Pois o que distingue o Criador senão o fato de que amou primeiro? Quem é Deus senão Aquele que decidiu amar sem razão e em primeiro lugar, antes de qualquer sinal do bem amado de que responderia ou corresponderia a seu infinito amor? Deus ama aquilo que ainda não existe. E o amor cria, faz do nada vida, faz existir. Assim também pelo amor o ser humano de certa forma "cria”, traz o outro à existência. A mais insignificante das criaturas é infinitamente valiosa e única aos olhos do amante, que a faz existir como bem amada, querida e desejada.
Entrar nesta lógica de desequilíbrio e gratuidade é uma ousada aventura. Porém é a única coisa que nos faz verdadeiramente humanos. Pois só aí estaremos refletindo, como um espelho, o Amor infinito que nos amou primeiro e que nos fez existir. Porque existimos, podemos amar, desde que consintamos em entrar na lógica inenarrável e fascinante do amor.
O namoro pode ser, portanto, poderoso e fecundo aprendizado para o verdadeiro amor. Se souber resguardar-se da "liquefação" viscosa que infecta todas as relações hoje em dia, poderá ser um sadio e amplo laboratório para o exercício do dom, da gratuidade, da entrega, do perdão, do serviço e de todas as formas que a humanidade inventou ao longo de sua história.
Pois o maior dom é o próprio amor. E quando este dom acontece, doador e receptor passam a segundo plano. Só fica, resplandecente, o próprio amor que a cada minuto se reinventa e por isso reafirma em alto e bom som que a vida tem a última palavra.
[Maria Clara Bingemer é autora de "A Argila e o espírito - ensaios sobre ética, mística e poética" (Ed. Garamond), entre outros livros. Copyright 2012 – MARIA CLARA LUCCHETTI BINGEMER – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização. Contato – MHPAL – Agência Literária (mhpal@terra.com.br)].

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Reflexoes de uma noite de quarta.

                                                "A palavra pesada abafa a ideia leve". Olavo Bilac.

terça-feira, 15 de maio de 2012

O rosa que virou cinza.

aí voce cresce e descobre que o mundo nao é cor de rosa.
Se choca, mas vai levando a ideia, aí vc vai vendo que alem de nao ser rosa, ele tambem nao é nenhuma tonalidade proxima a isso. Ele vai assumindo cores cada vez mais sombrias até chegar num tom cinza. Sim, cinza, porque preto é muita descrença e nao ter fé nenhuma que tudo nao é tao ruim assim é o estagio auge dessa reflexao. Nao significa que é o melhor. Significa que voce se absteve de tentar mudar. Portanto, pra mim, o mundo se mostra acizentando beem frequentemente. Mas nunca preto. Basta olhar um pouquinho pra outro lado e perceber que ainda há ingenuidade no olho da criança, há amor entre amigos, há fidelidade entre irmãos, há lealdade em (alguns) casais. Ainda há gentileza. O que está em questao, perceba, nao é a frequencia disso tudo, apenas a presença. Ainda existe, e se existe amor(seja ele por Deus, pelo homem, pela mulher, pelo filho, pelo próximo), ainda há esperança.
Quando tudo parecer perdido e totalmente incontrolável, nao perca o equilíbrio. A gente nao precisa começar mudando o mundo, basta fazer o que esta ao nosso alcance com pequenos gestos.Basta mudar o nosso mundo. Nao significa ser contra tudo e todos, apenas a favor de nos mesmos. Quando seus valores parecerem demasiadamente defasados e anormais, nao desista deles por outros. Apenas se, realmente, voce pensar sobre isso e mudar de opiniao(todos podemos mudar de opiniao e isso é o mais sensato em muitos casos), caso contrario, seja fieis a eles. Assim, mesmo que vc perturbe muitas outras consciencias, a sua permanecerá intacta e ela que importa no fim do dia, quando vc estiver sozinho e deitar a cabeça no travesseiro. E se, mesmo os seguindo, ela te incomodar, reveja-os, nesse caso, vc apresenta princípios tortuosos. Abandone-os, eles te levarão para um caminho, a príncipio, tentador, mas no fim dele, tudo virará justiça.
A gente cresce e ve que o que para nós era óbvio, nao é óbvio pro mundo.Ser médico nao significa amar gente. Crescer nao significa amadurecer. Amar nao significa se doar. Entre tantas outras aparente contradiçoes. Nao é obvio e quanto mais cedo a gente aceitar isso, melhor pra nos mesmos.Quem muito se choca, tambem é ingenuo. E chega uma hora que o mundo cobra ausencia de ingenuidade.Mante-la pode parecer alienação ou imbecilidade. Perde-la pode significar amadurecimento. Mas amadurecer nao significa endurecer. Pra mim, maturidade é saber lidar consigo mesmo, com os próprios sentimentos. Ser coerente com suas açoes e valores. É respeitar pelo simples fato de que todo mundo é igual, veio do mesmo lugar e vai voltar pra ele. Nao interessa o que vc conquiste na vida, toda vida tem o mesmo valor. Maturidade nao é seriedade. É saber rir dos próprios tropeços, mas sempre usando-os como forma de aprender a andar direito. É brincar na hora certa e se posicionar quando preciso. É entender que a vida é muito maior que o universo a 5 cm de distancia do seu umbigo. E que agir em prol dos outros, é se beneficiar. Pra mim, amadurecer é amar. Amar os outros como a si mesmo, foi Jesus quem disse. O maior exemplo de gente. Portanto, amadurecer é saber ser humano. Humano em todas as dimensoes.
Nao desanime ao perceber que idade nao tem nada haver com isso tudo aí. Por incrivel que pareça, to conhecendo muita gente (mais) velha e um bocado imatura. Infantil nao é a palavra certa. Crianças, muitas vezes, sabem dar mais valor ao que é digno de valor do que os adultos. Mas respeite os mais velhos, seja ele quem for, uma vida maior significa mais momentos, mais sofrimentos e alegrias. A opção por nao aprender com mais vivencia é de cada um. Se abstenha dessa responsabilidade.
Por sim, ainda que tudo pareça ruim, volte a olhar pro lado. Gente que luta pelo que sonha, gente que ama sem nada em troca, gente que doa tempo sem o ter, enfim, gente que vale a pena existe. Basta nao se contaminar pela obviedade irracional do mundo antes de encontrá-las. E, repito, se for estressante lutar contra, saia. As vezes, algumas discussões sao tao sem sentido que nao merecem nossas ideias. Nao por serem superiores, mas por (não) serem óbvias.
boa noite.
ps: sabe o que é escrever o que vem na cabeça, aleatoriamente e freneticamente?foi o que aconteceu. Perdoe os erros de portugues e os se coesao tb.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

entre papéis e caminhos

as vezes eu qria sumir.
nada trágico não.apenas desaparecer por um tempo.
pra botar os meus pensamentos em (des)ordem completa.
pra olhar as coisas de cima, de lado, de outro angulo.
ou para nao olhar as coisas, principalmente as que eu ja olho todos os dias.
pra sintonizar em outra frequencia, viver outras experiencias, conhecer gente que vale a pena.
qria sumir só pra lembrar a dar valor as coisas que esqueci que sao importantes.
para nao me preocupar com as desimportantes,
para parar de valorizar o que, definitivamente, nao é digno de ser valorizado.
preciso dar um pulo em qlqr outro lugar que nao seja esse, pra mudar de rotina.
mudar de sentimentos, de preferencia, os que valem a pena.
só por uns instantes. talvez bastam.
depois eu volto, mas voltaria diferente.
nao se trata de um trecho de um livro para adolescentes em crise.
nao sao apenas adolescente que entram em crise.
eu vejo tanta gente adulta que nao amadureceu e nao mostra nem sinais de que vai crescer que eu me pergunto se, no fundo, a maioria continua tendo um lado um tanto qto infantil, imaturo e sensível dentro de si mesmo.
eu tento crescer, as vezes consigo.outras vezes, descubro que se conhecer talvez seja uma das tarefas mais dificeis que precisamos encarar todos os dias...percebeu? crescer sinonimo de se conhecer?pois entao, amadurece apenas quem sabe lidar consigo mesmo. e portanto, se conhece. simples.
no fundo, o outro lugar para o qual eu e, talvez voce tambem, deseje ir por um tempo, o destino para o qual sumiríamos, pode estar mais perto do que a gente pensa. ou talvez nao seja um lugar, seja apenas uma nova forma de lidar com o mundo.
que apesar de enlouquecedor muitas vezes, ainda continua sendo palco dos nossos melhores e piores momentos. o palco aonde cada um encena sua própria peça. aquela a qual o cenário não muda se o personagem continuar o mesmo....
boa noite.

domingo, 6 de maio de 2012

um caminho com volta

E em meio a correria do dia a dia, vc ouve, ao fundo, uma nota musical soando. Para pra ler um livro ou assistir ao filme que passa, tímido, na lcd da vitrine ao lado. E aí, percebe que, após esses pequenos minutos dispensados à arte, voce volta a rotina um pouco diferente do que estava antes. Nao? Sim sim. Basta ver um filme, ir a um show ou a uma peça de teatro. Basta pintar, escrever poesia ou dançar. Nao interessa como, o que importa é que quando vc doa algum momento da vida a qualquer forma de arte, ela te retribui com uma sensação única de sair daquilo que é comum e rotineiro e depois, permite que tu voltes.
Alguns chamam de catarse essa sensação de mergulho psicológico e envolvimento sentimental com retorno pro que é real. Mas, é mais simples que isso, é quando, em meio a tanta gente correndo e preocupada com a próxima reuniao de trabalho, voce pára pra ler um livro, e quando acaba a leitura, parece que demora um certo tempo pra nossa mente voltar a sintonia daquele mesmo momento antes de começar o livro.
A arte é uma das melhores maneiras de fugir de si mesmo e dos outros. Tudo porque ela permite o retorno. Ainda acho incrivel a capacidade da música de fazer o compasso do nosso coração mudar. Do teatro que nos faz ter outro ponto de vista das coisas. Da dança, que contagia so por assisti-la e praticá-la é tao tangivel a qualquer um.
É como se fosse uma amostra do que é a loucura, mas nunca se perdendo dentro dela mesma.
Talvez falte um pouco mais de arte verdadeira. Nao aquela patrocinada e contaminada por tantos interesses. Mas aquela que se faz de verdade, despreocupada com o que vai parecer e quanto vai ganhar, mas sim dedicada a transmitir o que se passa dentro de cada um. A continuar demonstrando angulos diferentes daquilo que chamamos de vida.
Sorte nossa que, ainda assim, a pseudo forma de loucura continua senso alcancável, afinal, ela vem de nós.